A maternidade ainda é o grande desejo de muitas mulheres, mas ficar grávida não é um processo simples, e envolve muitos fatores, como a fertilidade, que diminui com o envelhecimento, fazendo com que o corpo feminino deixe de produzir óvulos. No entanto, para quem deseja ser mãe, essa situação pode ser revertida — mesmo após a menopausa — com os métodos de fertilização in vitro e congelamento de óvulos, também conhecido como criopreservação.
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Amanda Volpato, médica ginecologista, especialista em fertilização e referência em reprodução humana, explica que para muitas mulheres, o congelamento de óvulos vem como uma opção de preservação do desejo de ser mãe. O procedimento também é uma ótima alternativa para um planejamento familiar de médio/longo prazo, pois liberta da pressão social da maternidade e da dependência etária biológica, garantindo, inclusive, uma gestação segura emocionalmente.
Optar pela criopreservação não significa engravidar naquele instante, e sim garantir que isso aconteça no momento desejado. Amanda ressalta que até os 35 anos o procedimento é apenas uma opção para aquelas que pensam na maternidade, visto que a partir dessa idade, a mulher perde quantidade e qualidade de reprodução, o que dificulta a gestação.
A ginecologista especialista em fertilidade e referência em reprodução assistida Melissa Cavagnoli, reforça que “o útero envelhece de uma maneira muito mais lenta, possibilitando que até mulheres que já estejam na menopausa, possam engravidar, caso tenham congelados seus óvulos anteriormente”.
Como funciona o congelamento de óvulos
Após decidir pela criopreservação, é preciso passar por uma avaliação através de exames específicos que descrevem as condições da paciente em todos os aspectos físicos e emocionais. “Com esses resultados garantindo equilíbrio do organismo, se inicia a preparação de injeções de hormônios fisiológicos que duram em média 10 dias, fase que chamamos de estimulação ovariana. Após a realização desses procedimentos, a coleta e congelamento de óvulos ocorrem no mesmo dia”, explica Volpato.
Embora seja um procedimento seguro, não está livre de efeitos colaterais. “São muitos raros, costumam incluir dores de cabeça, instabilidade emocional, perda de apetite, dor abdominal e no local das injeções dos hormônios fisiológicos”, pondera Melissa Cavagnoli.
Mulheres que desejam o procedimento devem se certificar de que todo o processo seja realizado por profissionais habilitados no método, buscando por uma equipe multidisciplinar de médicos especialistas na área, para garantir que seja realizado conforme a regulamentação do Conselho Federal de Medicina (CFM). Além disso, em alguns casos, se faz necessário acompanhamento psicológico para um bem-estar integral físico e mental durante o processo.